porque estamos no campeonato do mundo de rugby (2023)… (grafismo de Manoel d’Almeida e Sousa)

o fotógrafo tritura todas as imagens captadas ou raptadas (por aí) 

bem longe dos editores-espectáculo

vai para muito tempo – com a velha nikormat em punho – captámos a cousa no relvado

e, só assim, alcançámos a cartola do lobo

4 Blocos de imagens/rugby de Manoel de Almeida e Sousa (imagens captadas pela câmera do autor e… algumas “raptadas”)

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BLOCO 1

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BLOCO 2

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BLOCO 3

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BLOCO 4

this is not soccer – isto não é futebol – 1

série de colagens & pintura: – apropriação de imagens de rugby e intervenção plástica

acções de manoel de almeida e sousa (cascais 2022)

em meados dos anos 60 armei-me da minha “nikormat” e disparei sobre os protagonistas de um jogo de rugby entre o CDUL e o BENFICA – 3 fotos (a preto e branco) foram publicadas num jornal desportivo de Lisboa (talvez 1965 comecei assim a colaborar nesse periódico – até que… o jornal se finou) – actuação gráfica sobre uma dessas fotos
a equipa (selecção) francesa de rugby que defrontou a inglaterra, com sucesso, em 1914
a equipa de rugby “Carlisle Indian team” -em 1908 – digressão pela G. Bretanha
equipa/rugby-New-Zealand-1884
de uma foto captada em Cascais 2013

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surpreendente é a água dos canais

a selva a recusar a cidade
a proliferação do esquecimento

e

os tarzans passeando seus portáteis sem se aperceberem da aproximação da matilha de sofás-macacos saídos das páginas de um fanzine-cósmico-pornográfico

as flores amarelecidas pelo veneno

tremem como corvos efervescentes na pontuação das gaiolas manchadas pela tinta
e

pelos sentimentos mortos de fome

m. a. sousa (2016) para m. d’alba

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473

– a guerra
… … perguntou ela
e eu só disse
– sim a guerra
e ela olhou
… … nos olhos
eu não.
… … baixei
então arrefeceu um pouco
não falamos
pausa
… … grande pausa
só então eu disse
– a guerra
ela disse
– pois
e não rimos
porque o olhar estava longe
… … noutro continente
húmido
… … quente
então revi
… … vi
o sangue escorria pelos embondeiros
o calor
o pântano
os corpos apodreciam ao sol
as moscas
– as moscas
perguntou ela
– sim
… … disse eu
e fiquei mudo
os olhos verdes dela perguntaram
eu, não respondi
só disse
– a guerra foi há muito tempo
lembro o sangue que escorria dos embondeiros

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